No verão de dois anos atrás eu estava procurando um estilo de viagem diferente, mais descontraído, improvisado e aventureiro. Foi então que achei o site oficial do Instituto Estrada Real e me apaixonei. É tão completo e organizado que te faz querer largar tudo e ir na hora! Nele, você encontra todas as cidades, municípios e vilas dos quatro caminhos que fazem parte do circuito. Além disso, informa detalhes minuciosos sobre o tipo de terreno, as altitudes, as inclinações, o nível de dificuldade e o tempo gasto em cada trecho de acordo com seu meio de transporte (carro, bicicleta ou caminhando). Sem contar com as dicas de atrações, acomodações e alimentação de cada lugar.
Percorri o Caminho dos Diamantes, que vai de Ouro Preto a Diamantina, passando por várias paisagens inacreditáveis! Ouro Preto é a cidade em que se gasta mais tempo em termos de conhecer pontos turísticos históricos e naturais, sendo uma das mais encantadoras também. Como o Centro Histórico não tem erro (com ou sem guia), vou destacar a parte da Cachoeira das Andorinhas, que fica bem próxima e é possível ir a pé , como fui. Não é exatamente uma trilha, porque parte ainda se localiza na periferia da cidade, mas apesar da subida íngreme, ao chegar lá tudo compensa. Localizada num parque fechado, é bem conservada e de água cristalina, sendo uma parte a céu aberto e outra subterrânea, que é o charme a mais dali.
Mariana também é muito bacana de se conhecer, mas visitei mais a parte histórica, então não sai da cidade. Indico muito o passeio de trem partindo de Ouro Preto para chegar até ela, a vista é de tirar o fôlego e a experiência é muito divertida. Seguindo, outro município que vale a pena visitar é o de Lavras Novas, riquíssimo em ecoturismo e fácil de chegar caminhando ou de bike. É interessante contratar um guia ou ao menos pedir informações, pois as trilhas são mais complicadas: bastante cascalho e mal sinalizadas. A recompensa são várias cachoeiras, piscinas naturais e mirantes, tudo cercado de verde, bem preservado mesmo.
De lá ao Santuário do Caraça, em Catas Altas, a distância é maior, mas é um trecho sem muitas serras e representa parada obrigatória. Que lugar encantador! O espaço que tem muita história, já que era uma escola de padres incendiada e reconstruída, conta com um museu e um antigo seminário, um conjunto arquitetônico respeitável. Além disso, é entregue um mapinha com tudo que você pode fazer durante o dia. São inúmeros percursos, variando a duração e a dificuldade, que terminarão em cachoeiras, taboões, piscinas naturais, prainhas e muito mais. A Cascatinha, por exemplo, fica a 2km da região central do parque e é constituída por 4 quedas d'água, não muito fria e rasa, possibilitando nadar a vontade. Esses perímetros mais simples são feitos a maioria a pé e sem necessidade de guia. Já os mais complexos abrangem até bicicletas e precisam de guia pra não se perderem no meio do caminho.
A partir daí, as cidades em si se tornam menores e menos estruturadas, porém as belezas naturais não diminuem de maneira nenhuma! Passei por Itambé do Mato Dentro, Conceição do Mato Dentro e algumas vilas. A intenção era conhecer a Cachoeira do Tabuleiro, a terceira maior do país, acampada num EcoHostel incrível lá em cima da serra, mas o tempo não ajudou e, como a estrada é muito precária, não foi possível chegar até lá. Quero voltar para conhecer ainda, assim como Diamantina, que por alguns problemas acabamos pulando e indo para o conforto de BH.
Os caminhos da Estrada Real, em específico o dos Diamantes, são roteiros que indico para todos que gostem deste estilo de viagem, sem se importar com asfalto ruim ou a falta dele, assim como todos os outros perrengues, porque no final o saldo é completamente positivo. No meu blog (Almas Viajantes) eu conto bem mais detalhadinho sobre cada parte dessa jornada, dêem uma olhada depois! Pretendo fazer todos os outros caminhos ainda porque, como dizem, "a lama suja, mas lava a alma".
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