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  • Foto do escritorBe YourTrip

Caminho do Sol: Lições que não param



Eu já tinha ouvido falar de vários caminhos peregrinos e conheci pessoas que disseram terem se transformado com esses caminhos, mas nunca havia pensado na possibilidade de fazer um!

Bom, abraçamos a ideia maluca da minha mãe de fazer o Caminho do Sol de bicicleta no feriado de Corpus Christi e embarcamos juntos em mais uma aventura em família!

Saí de São Paulo com a ideia de que o Caminho seria como uma trilha de mountain bike que se prolongaria por alguns dias consecutivos. “Tranquilo, eu pedalo praticamente todos os dias, vou dar conta do pedal”, pensei comigo. Mas não foi como eu esperava, foi melhor e surpreendente!

Escolhemos fazer o Caminho do Sol com uma agência especializada em roteiros de bicicleta no Brasil e no mundo. Saímos de São Paulo com uma van equipada para levar as bicicletas e a bagagem e seguimos para Cabreúva, onde iniciamos o caminho.


Originalmente o caminho inicia em Santana do Parnaíba, mas optamos por começar de Cabreúva pois este primeiro trecho envolve muita estrada de asfalto com carros passando próximo às bikes. Nosso objetivo era realizar o trecho de Cabreúva até Aguas de São Pedro, onde fica a tão sonhada Casa de Santiago, em 4 dias.

Instruções dadas, carro de apoio preparado e bikes equipadas: estávamos prontos para começar o desafio!


Nas primeiras pedaladas tudo era novo... O terreno, as pessoas e até mesmo a energia do lugar. No decorrer do dia cada um foi encontrando o seu espaço no grupo e se adaptando à todas essas novidades e diferenças que teríamos que conviver nos próximos dias.

Eu, como assídua amante de ladeiras, aproveitava o embalo delas para sentir a liberdade do vento no rosto (e para dar uns pulinhos com a bike também), porém as subidas... Era desafio atrás de desafio. Era como se eu conversasse comigo, sempre dizendo: “Vai Carol, você consegue! Força!”.

Mesmo com as subidas, o maior desafio deste dia foi controlar a ansiedade e dosar a energia do pedal pensando nos outros dias. Também foi um dia de entender o que é o caminho e por que as pessoas buscam isso. Como se diz na montanha, foi a aclimatação.

No decorrer do caminho tivemos várias paradas estratégicas para repor as energias! A equipe da agência tinha sempre água gelada para nos hidratarmos e lanchinhos, frutas e castanhas para matar a fome. Isso com certeza fez toda a diferença, pois não havia necessidade de utilizar mochila ou acessórios pesados na bike, deixando o pedalar mais leve. O carro de apoio deles estava sempre atento e próximo ao grupo para qualquer emergência, mas cada um pedalava no seu ritmo e escutando a própria consciência.


O caminho em si é muito agradável! Você passa por cidadezinhas e cenários fora do comum, tudo muito tranquilo. É claro que é preciso o mínimo de preparo físico, mas eu acredito que qualquer pessoa motivada seja capaz de completar este desafio!

Como se não bastasse toda a atenção dos voluntários que ajudam a manter o caminho, ao final, quando chegamos na Casa de Santiago, o idealizador do caminho, José Palma, realiza um ritual muito emocionante onde cada um tem a oportunidade de compartilhar com o grupo a sua percepção e aprendizados do caminho. Não vou contar como é o ritual para não estragar a surpresa de quem pretende fazer o Caminho do Sol, só digo que vale muito a pena!

Mesmo pedalando juntos, a experiência de cada um é diferente e única. Cada um tem suas batalhas, dificuldades e méritos. Para mim, o caminho foi um período de reflexão e aprendizado em um momento chave da minha vida. Eu fui de coração e mente abertos para absorver o máximo possível do caminho, e ele me surpreendeu! Me ensinou a não julgar os outros. Me ensinou a respeitar as diferenças. Me ensinou a escutar o meu corpo, a entender que ele tem um limite e que eu não sou nem melhor e nem pior por isso. Me ensinou que existe muita gente do bem por ai. E, principalmente, me relembrou o que eu já sabia faz tempo: o valor de uma família unida.

Engraçado, os aprendizados do caminho começaram a fazer mais sentido à medida em que eu me deparava com certas situações no meu dia a dia. O caminho acabou faz tempo, mas a lições não param!

Foi tudo muito incrível... Eu só tenho à agradecer! Obrigada, obrigada, obrigada. Um agradecimento especial à agência Ybytu por toda paciência e cuidado, à minha mãe por ter tido essa “ideia maluca” e à todos que com seus gestos e palavras me deram força para continuar.


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